Varaha
Varaha (e sânscrito वाराह) é o terceiro Avatar de Vishnu. Nesta manifestação, Vishnu manifesta-se como um Javali. As representações deste Avatar dividem-se em dois grupos principais: as que tem todo o corpo de animal, e as que tem a cabeça de animal num corpo humano, com quatro braços, cada mão segurando um dos objetos explanados no artigo de Vishnu. Vishnu transformou-se em Javali e desceu para o fundo do oceano para resgatar o planeta Terra, que havia sido roubado e escondido lá pelo demónio Hiryanyaksha. Depois de uma grande luta, Vishnu, como Varaha, matou o demónio, resgatou a Terra e trouxe-a para a superfície e preparou-a para que pudesse sustentar a vida, modelando as montanhas e moldando os continentes. A libertação desse mundo do dilúvio do pecado é demonstrado no seu conto.
Conto
Dentre os descendentes de Daksha, o primeiro homem que Brahma criou no início dessa era, existia um em especial, Kashyap, um sábio, que teve quatro esposas, Diti, Aditi, Vinita e Kudroo. Diti deu à luz os Asuras, e de Aditi nasceram os Devas, de Vinita nasceu Garuda, o pássaro veículo de Vishnu, e da última, Kudroo, nasceram as Hidras. Dos Asuras nascidos de Diti, dois vieram com grande poder. Esses dois irmãos chamavam-se Hiranyaksha e Hiranyakashyapu. Ambos praticaram práticas religiosas e austeridades, com isso os seus poderes aumentavam cada vez mais.
Hiranyaksha, abastecido de um poder sem limites, atacou o Paraíso, o reino dos Devas. Ele atacou os Devas, que amedrontados tiveram de se esconder. Hiranyaksha desafiou Varuna, o Senhor do Oceano, para uma luta. Mas Varuna respondeu: "Ó grande herói, eu vivo como um ermitão. Eu não desejo lutar, além disso quem pode lutar consigo! Somente um Deus pode fazer isso." Então Hiranyaksha, foi procurar Hari(Vishnu).
Nessa época, a terra (pritvi, ou bhumidevi), encontráva-se submergida nas águas. Nessa época, das narinas de Parabrahma, um porco apareceu. Era bem pequeno de tamanho, quase de uma polegada. Mas com o passar do tempo ele cresceu, cresceu, até ficar enorme como uma montanha. A terra tinha caído e estado debaixo d'água. O porco levantou-a pelas presas. Ele agora estava a subir, sobre a água, para oferecer a Terra a Brahma.
Hiranyaksha viu esse porco do tamanho de uma montanha e ficou boquiaberto. Ainda em ilimitado orgulho, ele chorou: "Porco tolo deixe a terra onde ela está e vá embora! Sim, eu sei quem é você; você não é nada menos que Vishnu na forma de um porco. Eu vim cortar a sua cabeça!" Dito isto, ele parou o porco. A Deusa-terra tremeu pelo aparecimento feroz desse terrível demónio. Mas Varaha (o porco gigante) não ligou para isso e prosseguiu carregando a Terra em rumo ao céu. Hiranyaksha perdeu a paciência e gritou: "Cobarde! Você não tem vergonha?" Varaha ouviu esses insultos e colocou a terra de lado. Os seus olhos ficaram vermelhos de raiva. Ele disse: "Essas palavras de orgulho, só te levarão às garras da morte!" "Bem, então, lute!" Disse Hiranyaksha. Uma batalha terrível foi travada entre os dois. Os deuses testemunharam essa luta, que durou desde madrugada até a ao entardecer. Brahma estava muito ansioso que a luta acabasse antes de escurecer, pois queria que o porco ganhasse, e ele sabia que na noite, os demónios ganham mais poder. Como se ele lesse os pensamentos de Brahma, Varaha sorriu e mandou o seu disco de energia ao redor de Hiranyaksha. Essa poderosa arma destruiu todas as armas de Hiranyaksha. Vendo todas as suas armas destruídas pelo porco, a raiva de Hiranyaksha cresceu, e apressou-se, rugindo adiante com raiva, querendo esmagar Varaha com os seus braços. Então, o porco divino soprou contra a bochecha de Hiranyaksha. O sopro foi tão forte que Hiranyaksha morreu.
Então a mãe-terra foi salva e reposta no seu devido lugar.
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