Hiraniacaxipu


Hiraniacaxipu (em sânscrito: Hiraṇyakaśipu), no hinduísmo, foi um Asura, e também um Rei Dravida cujo irmão mais jovem, Hiranyaksha morreu nas mãos de Varaha, um dos avatares de Víxenu. Furiosos com isso, Hiraniacaxipu decidiu ganhar poderes mágicos fazendo penitência à Brahma.

Quando Brahma apareceu diante dele, Hiraniacaxipu pediu pela dádiva da imortalidade. Brahma recusou e disse para Hiraniacaxipu pedir outra coisa.

Querendo permanecer imortal, o rakshasa tentou tornar a sua morte praticamente impossível. Assim ele pediu que a sua morte não fosse nem por via natural ou por causa de uma arma, que não pudesse ser morto por nenhum ser criado por Brahma, além disso que a sua morte não pudesse ser realizada por algo que saísse de um ventre, da terra, do espaço, do fogo, ou da água; nem poderia acontecer a noite nem durante o dia; nem partir de dentro, nem de fora, de onde ele estava e nem por um humano, nem por um semideus, nem por um animal. Brahma, que é imparcial para com todos os seres vivos e a todos ama igualmente, sejam eles bons ou maus, ficou feliz com a penitência e concedeu-lhe a dádiva.

O filho Pralada

Hiraniacaxipu, um Daitya, odiava os Devas e mais especialmente, o Deus Supremo, Víxenu, começou a torturar os seus seguidores. O filho de Hiraniacaxipu, Pralada, foi um devotado seguidor de Víxenu. Hiraniacaxipu falhou em convencer o seu filho a juntar-se contra Víxenu, e tentou matá-lo, mas Pralada era protegido por Víxenu. Quando questionado, Pralada recusou reconhecer o seu pai como o supremo senhor do universo (embora ele tivesse utilizado a sua dádiva para conquistar o mundo inteiro) e replicou que Víxenu era onipresente. Hiraniacaxipu fez diversas tentativas de matar o seu filho.

Holi

Uma das tentativas foi colocar Pralada sentado numa pira de fogo com a sua irmã Holika. Holika tinha um dom especial que a protegia de se queimar no fogo. Pralada invocou o nome de Víxenu e na batalha do bem contra o mal, Holika foi queimada mas nada aconteceu a Pralada. A incineração de Holika é celebrada no festival hindu de Holi.

Narasimha

A tradição diz que Hiraniacaxipu, furioso, decidiu ser ele mesmo a matar Pralada (nas outras vezes havia mandado súbditos para fazê-lo) e desafiou o seu filho a "provar que Víxenu era onipresente". Ele devia estar no pilar próximo, do contrário, Hiraniacaxipu mataria Pralada ali naquele momento. Para a surpresa do demónio, no entanto, o seu filho respondeu "sim, Ele está ali". Hiraniacaxipu furioso com a resposta, destroçou o pilar, e o feroz Narasimha surgiu dele.

Hiraniacaxipu tentou enfrentá-lo, mas não era páreo para Narasimha.

Narasimha matou Hiraniacaxipu estripando-o. Ao matar o Asura, assegurou-se de não violar a dádiva de Brahma:

  • Ele não era humano, animal ou deus;
  • Ele não foi criado por Brahma;
  • Ele matou Hiraniacaxipu durante o alvorecer (nem dia, nem noite);
  • Ele saiu de um pilar do palácio de Hiraniacaxipu (nem de um ventre, nem da terra, nem do espaço, nem do fogo, nem da água) para matá-lo;
  • Ele o matou na entrada do seu palácio (nem de dentro nem de fora);
  • Ele usou suas garras, e não uma arma.

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